Voltar para: Conheça as melhores práticas para prevenir o risco de trombose
Saber o que é trombose venosa é o primeiro passo para adotar medidas preventivas
contra uma das sequelas mais comuns de pacientes que tiveram Covid-19.
É provável que você já tenha ouvido o termo “trombose”, certo? Muitos associam o termo
com “veias entupidas”, pernas inchadas e até ao desprendimento de partes do entupimento do coágulo para outras partes do corpo. Mas, o que é trombose venosa afinal?
A trombose venosa consiste na formação de coágulos nas veias que, caso se soltem,
podem migrar para outras partes do corpo e trazer complicações1. O mais comum é o
aparecimento nos membros inferiores, como nas pernas, mas a trombose também pode
aparecer nos membros superiores.
Para entender melhor essa situação, é necessário explicar o processo. Um coágulo,
também chamado de trombo, é formado por proteínas, células e pedaços de células. Isso
acarreta na formação de uma rede de células, feita de uma proteína especial, a fibrina, e de
pedaços de células que se desprendem do sangue.
Em situações normais do dia a dia, às vezes, a formação de trombos é necessária. Todos
somos feitos de muitas células e precisamos levar água, ar e alimento para cada uma delas.
Esse é o princípio básico para funcionamento do organismo, pois são as veias e artérias
que fazem esse trabalho..
Quando essas veias e artérias sofrem algum dano — como um corte — ocorre uma
importante reação de defesa. Nessas circunstâncias, o sangue entra em contato com o ar e,
imediatamente, começa a formar trombos. O mecanismo é conhecido como coagulação.
É como se as veias e artérias estivessem dizendo para o sangue: “coagule, forme um
trombo agora ou poderemos morrer”. O grupo responsável pela defesa obedece à ordem,
pois todo o organismo trabalha em conjunto. Assim, acontece a coagulação e interrompe-se
o sangramento.
Entendendo melhor a trombose venosa
Agora que você entendeu a formação de coágulos, dá para dizer que você conhece muito
bem os trombos. Quer um exemplo? Os trombos são as casquinhas que se formam sobre
os machucados da pele. Tudo começa com a coagulação e, depois de um tempo, ocorre a
cicatrização.
Apesar da coagulação ser importante para nós, a trombose venosa pode ser perigosa,
porque os trombos podem se formar em lugares ou momentos inadequados. Isso ocorre,
geralmente, nas veias profundas2 – mas também pode acontecer em qualquer veia do
corpo.
Existem diferentes grupos de veias: as veias profundas, as veias superficiais e as veias
perfurantes.
Veias profundas
São aquelas que estão dentro de grupos musculares dos membros.
Veias superficiais
São aquelas que estão distribuídas pela superfície do corpo humano.
Veias perfurantes
São aquelas que apresentam um papel de conexão entre as veias profundas e as
superficiais. Com isso, formam uma importante rede venosa para garantir a distribuição do
sangue a todos os membros.
Relação entre trombose e Covid-19
A trombose está entre as principais sequelas da Covid-193. Para entender melhor o porquê
disso, é preciso saber que o movimento natural do sangue para retornar ao coração se dá
no sentido de cima para baixo. Esse é considerado o caminho natural durante a circulação
venosa.
Entretanto, em pacientes que tiveram a Covid-19, aconteceram alterações neste padrão.
Ainda não se sabe, ao certo, as razões para as mudanças, porque se trata de uma doença
nova e que ainda está em estudo. Desse modo, há descobertas novas constantemente.
Há evidências de que a formação de trombos pode ser determinada pela potente ação viral
do Coronavírus4. Os vírus têm características particulares que prejudicam o trabalho das
células de defesa de modo a comprometer a circulação do sangue, levando à formação de
pequenos coágulos.
Quais os principais sintomas da trombose venosa profunda?
Compreender o que é trombose venosa passa por assimilar quais os principais sintomas
da doença. Geralmente, eles aparecem nas pernas, principalmente nas panturrilhas, que
são as regiões comumente afetadas. Às vezes, os trombos também podem se formar em
outras partes, como pulmão, cérebro e coração.
O paciente deve procurar imediatamente um serviço médico caso sinta algum dos sintomas
característicos e suspeite que possa ser trombose. Entre os principais sinais da doença, é
possível citar:
● Dores intensas;
● Mal-estar;
● Vermelhidão;
● Aumento da temperatura local;
● Maior sensibilidade ao toque;
● Inchaço na região.
Independentemente de como acontece, as principais manifestações da trombose venosa
profunda se dão nos membros inferiores por meio de inchaço e dor intensa. Geralmente, a
trombose surge em um único membro, acompanhada de calor e pele avermelhada².
Trombose venosa em membros superiores
A trombose venosa profunda de membros superiores tem características semelhantes, mas
é menos frequente. Esse tipo de trombose venosa é mais superficial e apresenta sintomas
mais leves. Apesar disso, também se observa vermelhidão, dor e sensibilidade no local.
O quadro tem uma característica importante, chamada de “cordão palpável” entre os
médicos. A veia fica cheia de sangue e pode ser vista rígida e dura, sendo sentida ao
palpar. Isso ajuda a definir o diagnóstico, essencial para um tratamento rápido.
É preciso ter atenção redobrada, pois caso aconteça de a trombose atingir o pulmão, ela
pode provocar uma embolia pulmonar. A mortalidade em casos assim varia entre 6% e
15%5.
Entretanto, vale destacar que nem toda dor na perna ou nos braços é consequência de uma
trombose venosa. É necessário conhecer as causas dessa doença e consultar um médico
caso note alguns dos sinais. O profissional vai poder oferecer um diagnóstico mais preciso.
O que causa a trombose venosa profunda?
Geralmente, o quadro de trombose venosa surge por um desequilíbrio no sistema de
coagulação. Em seguida, há o risco de iniciar um processo de inflamação, que pode levar à
formação de pequenos trombos nas veias.
Outros fatores também aumentam a chance de desenvolvimento de trombose. Um dos mais
relevantes são as alterações hormonais. Se houver desequilíbrio nas taxas de certos
hormônios, o processo de coagulação sanguínea pode ser afetado.
Além disso, outros casos que exigem atenção e medidas preventivas mais eficazes são:
● Pessoas que fazem tratamento para afirmação de gênero;
● Uso de determinados tipos de anticoncepcionais;
● Gestação ou logo após o parto;
● Pessoas em sobrepeso ou com obesidade;
● Pressão alta;
● Diabetes.
É possível prevenir a trombose venosa profunda?
Sim, mesmo que várias situações da rotina contribuam para a formação de trombos, como
viagens longas de carro ou avião. O mesmo acontece também com quem trabalha sentado
e passa muitas horas sem movimentar as pernas.
Em ambas as situações, a falta de movimentação dos músculos impede o sangue de voltar
ao coração e, com isso, ele fica parado nas pernas. Da mesma forma, indivíduos que não
praticam exercícios físicos com regularidade têm maior risco de trombose venosa.
A melhor forma de prevenir a trombose é evitar tais situações. Procure reservar algum
tempo para movimentar o corpo durante as viagens. No dia a dia, adote ações que reduzam
o risco de formar trombos nos membros inferiores e promovam a saúde entre as pessoas.
Uma boa sugestão é fazer pequenas caminhadas, ainda que apenas ao redor de um
espaço de trabalho limitado. Mesmo que seja por alguns minutos — e em pequenos
intervalos — essa ação pode ajudar muito nesse sentido.
Prevenção para pacientes internados
Pacientes internados que passam longas horas deitados precisam de uma atenção especial
com medidas preventivas à trombose. O ideal é estimular o uso de meias de compressão,
que aplicam uma pressão constante sobre pernas e pés, auxiliando o sangue a circular.
Vale ressaltar, entretanto, que as meias elásticas também são úteis para pacientes que
estejam se recuperando de hospitalização. Como eles precisam se manter em repouso, as
meias ajudam na circulação mesmo com o movimento reduzido das pernas.
Resumidamente, não basta apenas saber o que é trombose venosa, mas conhecer os
principais cuidados que ajudam a prevenir essa doença. Diante da importância disso,
listamos mais atitudes necessárias para amenizar o desenvolvimento de trombose.
● Praticar atividade física regularmente;
● Manter o peso mais próximo do ideal, possível;
● Manter uma dieta equilibrada e evitar alimentação gordurosa, principalmente;
● Procurar movimentar as pernas, após muito tempo sentado ou deitado;
● Evitar o uso de cigarro e de outros tóxicos;
● Reduzir, ao máximo, o consumo de bebidas alcoólicas.
Quais as alternativas de tratamento para a trombose venosa
profunda?
As terapias mais empregadas são o uso de anticoagulantes. Esses medicamentos têm o
potencial de evitar a formação de coágulos e, durante o tratamento, ajudam a dissolver
aqueles coágulos que já se formaram e podem representar sérios problemas.
Nos casos mais graves, outra forma de tratar a trombose venosa profunda é por meio de
cirurgia. Entretanto, esse método requer uma avaliação criteriosa da equipe médica
responsável para evitar complicações ao paciente.
Portanto, caso você perceba sinais ou sintomas de trombose, procure ajuda médica
imediatamente. O profissional mais indicado para tratar essa doença é o médico cirurgião
vascular6. Devido à complexidade que envolve esse problema, somente um especialista
experiente na área pode averiguar o quadro e indicar o melhor tratamento.
Conclusão
Pacientes hospitalizados, pessoas mais velhas, que fumam ou bebem com frequência e
gestantes, além de pacientes diabéticos, são grupos vulneráveis ao desenvolvimento de
trombos. Nesse sentido, esses tipos de pessoas precisam ficar atentos aos sinais da
trombose e manter a vigilância.
Dados recentes apontam que essa é uma das doenças que mais preocupam a Saúde
Pública, pois tem números alarmantes. A trombose venosa atinge, em média, 180 mil
pessoas no Brasil por ano7.
Esse número liga o alerta à população. Logo, além de saber o que é trombose venosa
profunda, também é preciso se conscientizar da necessidade de adotar medidas
preventivas. Isso pode ajudar a minimizar o risco de desenvolvimento da doença.
Referências
1. TROMBOSE Venosa Profunda (TVP). Sociedade Brasileira de Angiologia e de
Cirurgia Vascular (SBACV). Disponível em:
https://sbacvsp.com.br/trombose-venosa-profunda-tvp/. Acesso em 23 de setembro de
2022.
2. CUNHA, John P. Deep Vein Thrombosis (DVT). eMedicine Health. Disponível em:
_the_leg_deep_vein_thrombosis_definition_and_facts. Acesso em 18 de setembro de 2022.
3. VALÉCIO, Marcelo. Confira a lista com as principais sequelas da Covid-19. Instituto de
Ciência, Tecnologia e Qualidade. Disponível em:
19. Acesso em 23 de setembro de 2022.
4. MARQUES, Gilvan. Covid-19 aumenta risco de trombose até seis meses após contágio,
diz estudo. Viva Bem UOL. Disponível em:
-ate-seis-meses-apos-contagio-diz-estudo.htm. Acesso em 23 de setembro de 2022.
5. AVELINO, Raíssa Marques Reis; SANTO, Marina Gomes do Espírito; OLIVEIRA, Sabrina
Gomes de. Tromboembolismo pulmonar e a sua mortalidade: uma revisão sistemática.
Centro Universitário Tiradentes. Disponpivel em:
https://eventos.set.edu.br/al_sempesq/article/view/10855/5231. Acesso em 23 de setembro
de 2022.
6. CARVALHO, Joana de, SAMPAIO, Sergio. Trombose venosa profunda: o que é, sintomas
e tratamentos. Cirurgia Vascular. Disponível em:
/. Acesso em 18 de setembro de 2022.
7. DEEP Vein Thrombosis (DVT). Mayo Clinic. Disponível em:
-20352557. Acesso em 18 de setembro de 2022.
Material destinado ao público geral
PC-BR-xxxxxx | setembro/2022